Desenraizada
Muitas vezes ouvi falar de "desenraizados", quase sempre em relação aos imigrantes. Mas nunca senti a palavra na sua verdadeira dimensão.
Aos 19 anos mudei-me para Paris, sozinha. Devo confessar que não tenho uma simpatia especial pelos franceses, mas nunca me senti deslocada naquela cidade fantástica, submersa em cultura. Há sempre um concerto de Jazz no bar da esquina, uma exposição itenerante nas galerias junto ao Sena, já para não falar dos museus e monumentos em se tropeça em cada rua. O único problema da cidade é o céu quase sempre nublado, que dá um ar soturno aos dias em que se passeia nas margens do Sena, de Notre Dame ao Louvre.
Dois anos depois vivi em Lisboa. Aí, o sol brilha quase sempre e os passeios pela Marginal são um prazer. Ao contrário do que agora acontece, na altura não conhecia ninguém na capital. Mas respirar naquela cidade nunca foi um problema para mim.
Agora estou bem mais perto do meu berço, mas a distância é apenas relativa. Desenraízada? Não sei. Sinto-me deslocada das minhas vivências, longe dos meus interesses, fora do meu mundo. Na cidade onde nada acontece, a única solução é esperar pelo dia de manhã.
Aos 19 anos mudei-me para Paris, sozinha. Devo confessar que não tenho uma simpatia especial pelos franceses, mas nunca me senti deslocada naquela cidade fantástica, submersa em cultura. Há sempre um concerto de Jazz no bar da esquina, uma exposição itenerante nas galerias junto ao Sena, já para não falar dos museus e monumentos em se tropeça em cada rua. O único problema da cidade é o céu quase sempre nublado, que dá um ar soturno aos dias em que se passeia nas margens do Sena, de Notre Dame ao Louvre.
Dois anos depois vivi em Lisboa. Aí, o sol brilha quase sempre e os passeios pela Marginal são um prazer. Ao contrário do que agora acontece, na altura não conhecia ninguém na capital. Mas respirar naquela cidade nunca foi um problema para mim.
Agora estou bem mais perto do meu berço, mas a distância é apenas relativa. Desenraízada? Não sei. Sinto-me deslocada das minhas vivências, longe dos meus interesses, fora do meu mundo. Na cidade onde nada acontece, a única solução é esperar pelo dia de manhã.
1 Comments:
puxa!adorei tuas palavras!estou fazendo um trabalho sobre desenraizamento e certamente vc é uma deseraizada (rsrs...) eu tb sou! um grande bj.
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