website metrics Pensamentos: O dia mais longo do ano

terça-feira, junho 21, 2005

O dia mais longo do ano


Templo Celta conhecido como Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, Vila Nova de Foz Côa


De acordo com a tradição Celta, hoje é o Solstício de Verão. Neste dia, o Sol atingiu a sua plenitude. Para os antigos povos Celtas, é a Festa da Vida (Midsummer). Na noite de Midsummer fadas, duendes e toda a sorte de elementais correm pela terra, celebrando o fervor da vida.
Mas esta é também a data em que o corpo e o físico são reverenciados. Quando os raios do sol diminuem de intensidade, ao cair da tarde, é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer faz-nos lembrar que a Deusa, com a sua magia e os seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições. Mostra-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia. O Deus, que também descansa durante a escuridão, prepara-se para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer, fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza se possa manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projectada, homens e mulheres precisam de se juntar para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa reflectir momentos de intensa união e perfeição.
Assim, o Solstício de Verão é também a união entre o Deus e a Deusa. O Deus chega ao ponto máximo do poder. Esse é o ápice do Verão, quando o Deus e a Deusa se encontram em plena juventude e com toda a energia da vida ascendente.
É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não nos devemos esquecer que, embora o Deus esteja em plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar. Em breve, Ele dará o último beijo à sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão. Devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte.
Informações recolhidas no livro: Tradições Celtas