quarta-feira, março 29, 2006
segunda-feira, março 27, 2006
Pelo menos hoje
All the world's a stage,
And all the men and women merely players;
They have their exits and their entrances,
And one man in his time plays many parts.
(...)
in: As you like it, de William Shakespeare
And all the men and women merely players;
They have their exits and their entrances,
And one man in his time plays many parts.
(...)
in: As you like it, de William Shakespeare
domingo, março 26, 2006
Além-Tédio
Nada me expira já, nada me vive -
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.
in: Além-Tédio, de Mário de Sá Carneiro
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.
in: Além-Tédio, de Mário de Sá Carneiro
sexta-feira, março 24, 2006
Memórias do Presente
Pomar, Monsanto (Março'2006)
Mais AQUI
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Rosto rasgado de rugas. Mãos secas; macias. Olhos enevoados pela idade. Ouvidos toldados pelo barulho do vento.
Não precisa de muito para viver. Um balde de couves e batatas. Lenha para acender o lume. Uma cabana para abrigar a chuva.
Dia após dia, hora após hora, sem relógio, com o sol a fazer a contagem decrescente, vive na mais pura simplicidade. Como viveram os tempos medievais. Sem as comodidades de agora, sem as confusões actuais, apenas com aquilo que a vida lhe dá. Sem aspirações. Com os olhos no céu, no caminho que a leva à fonte, no carreiro até à horta.
A Primavera oferece-lhe um jardim. Margaridas brancas que lhe alegram os passos, um tapete verde feito pela natureza. Passa por ele sem lhe dar atenção. Habituou-se a esta benção todos os anos. Só se lembra do passado, do que a povoação já foi, do que lhe falta agora...
Não precisa de muito para viver. Um balde de couves e batatas. Lenha para acender o lume. Uma cabana para abrigar a chuva.
Dia após dia, hora após hora, sem relógio, com o sol a fazer a contagem decrescente, vive na mais pura simplicidade. Como viveram os tempos medievais. Sem as comodidades de agora, sem as confusões actuais, apenas com aquilo que a vida lhe dá. Sem aspirações. Com os olhos no céu, no caminho que a leva à fonte, no carreiro até à horta.
A Primavera oferece-lhe um jardim. Margaridas brancas que lhe alegram os passos, um tapete verde feito pela natureza. Passa por ele sem lhe dar atenção. Habituou-se a esta benção todos os anos. Só se lembra do passado, do que a povoação já foi, do que lhe falta agora...
quarta-feira, março 22, 2006
Onde fica a Solidão
Latitude - 07º36'01" Sul
Longitude - 37º39'07" Oeste
Altitude - 586 metros
Área - 130,74 k
População (2004) - 5 405 habitantes
Longitude - 37º39'07" Oeste
Altitude - 586 metros
Área - 130,74 k
População (2004) - 5 405 habitantes
Solidão é um município brasileiro do Estado de Pernambuco. Logo ao lado fica a cidade do Triunfo (Latitude: 7º 50' 17" Sul / Longitude: 38º 06' 06" Oeste).
Nunca pensei que o Triunfo estivesse tão perto da Solidão!
Nunca pensei que o Triunfo estivesse tão perto da Solidão!
terça-feira, março 21, 2006
Os poetas
Solitários pilares dos céus pesados,
Poetas nus em sangue, ó destroçados
Anunciadores do mundo
Que a presença das coisas devastou.
Gesto de forma em forma vagabundo
Que nunca num destino se acalmou.
Poetas nus em sangue, ó destroçados
Anunciadores do mundo
Que a presença das coisas devastou.
Gesto de forma em forma vagabundo
Que nunca num destino se acalmou.
Sophia de Mello Breyner Andressen, no dia Mundial da Poesia
Ostara*
Templo Celta conhecido como Pedra da Cabeleira, Vila Nova de Foz Côa
Pela primeira vez no ano o dia e a noite são iguais. É dia de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros desaparecem, a terra está pronta para ser plantada. É quando o Deus e a Deusa se apaixonam. A semente da vida é semeada no ventre da Deusa, a Donzela revigorada e cheia de vida e alegria.
O Deus é devidamente armado para sair em viagem no mundo das trevas e reconquistá-lo. A luz volta a reinar.
* Equinócio da Primavera, na roda do ano Celta - Festa da Fertilidade
segunda-feira, março 20, 2006
Quem fala assim...
"És um ignorante, és um burro, Mr. Danger." (...) "cobarde, assassino, genocida, alcoólico, imoral."
Hugo Chávez sobre George W. Bush
domingo, março 19, 2006
Ariel
Stasis in darkness.
Then the substanceless blue
Pour of tor and distances.
God's lioness,
How one we grow,
Pivot of heels and knees! ---The furrow
Splits and passes, sister to
The brown arc
Of the neck I cannot catch,
Nigger-eye
Berries cast dark
Hooks ---
Black sweet blood mouthfuls,
Shadows.
Something else
(...)
in:Ariel, de Sylvia Plath
Then the substanceless blue
Pour of tor and distances.
God's lioness,
How one we grow,
Pivot of heels and knees! ---The furrow
Splits and passes, sister to
The brown arc
Of the neck I cannot catch,
Nigger-eye
Berries cast dark
Hooks ---
Black sweet blood mouthfuls,
Shadows.
Something else
(...)
in:Ariel, de Sylvia Plath
sábado, março 18, 2006
quinta-feira, março 16, 2006
Marcas do Passado
Às vezes ainda me consigo surpreender. Depois de tantos comentários depreciativos encontrei, riscadas nas pedras, estas fantásticas marcas do passado.
Gravuras do Paleotítico Superior (25 a 20 mil anos)
Vila Nova de Foz Côa, Março'2006
Mais marcas AQUI.
segunda-feira, março 13, 2006
Ausência
A sensação assemelha-se áqueles encontros com pessoas que não vemos durante anos. Cada uma seguiu a sua vida, cada qual tomou o seu rumo, e depois não há pontos de interesse, momentos para partilhar, palavras para dizer. Também aqui, em frente ao teclado, depois de dias de ausência, não sei como retomar a relação com as palavras.
O que fica das boas amizades é que, apesar do tempo e da distância, um serão é suficiente para pôr a conversa em dia e retomar a relação que nunca deixou de existir. As palavras que faltam hoje, amanhã hão-de sobrar.
domingo, março 12, 2006
Ritual
“…predispõe bem-estar, infiltra o cérebro não sei que subtil embriaguez, lúcida todavia, que nos torna mais afectivos às sensações de agrado e mais aptos às elaborações do pensamento.”
In: O Culto do Chá, de Wenceslau de Moraes
In: O Culto do Chá, de Wenceslau de Moraes
terça-feira, março 07, 2006
Felicidade Perpétua
Diz o almanaque da LUSA que hoje é o dia dedicado às santas Perpétua e Felicidade. É pena que estas duas só se juntem para fazerem parte de efemeridades.
segunda-feira, março 06, 2006
Recolher
Fim de tarde. À medida que a luz desaparece começam-se a formar-se no céu nuvens de algodão cor-de-laranja. À minha frente há um lago. Montes e vales de relva. Passeios limitados por pirilampos.
Deserto, o jardim adormece aos pés da cidade. As crianças deixam o parque. Os cafés fecham as portas. O quiosque guarda os jornais. Os transeuntes recolhem em passos lentos. Só um cão, malhado, sujo, vagabundo, se mantém por ali. Não tem casa para onde recolher.
domingo, março 05, 2006
Não em Portugal, obrigada!
"Pena de prisão para beijos na via pública"
É um projecto de lei que está em discussão na Indonésia, que "visa combater a «pornografia e a indecência». A ser aprovada, pune com penas de prisão até cinco anos e multas de 250 milhões de rupias (cerca de 24 mil euros) quem for surpreendido a beijar-se na via pública, apresentar-se nu em público ou dançar de forma ostensivamente erótica nas discotecas existentes em Bali."
in: Portugal Diário
sábado, março 04, 2006
O Porto: (só) Orgulho e (sem) Ressentimento
Podia ser uma tarde interessante, bem interessante. O pretexto? O lançamento do livro "O Porto: Orgulho e Ressentimento", do Jorge Marmelo. Mesmo que chova, a visita pelas páginas do livro está assegurada. Podia ser uma tarde bem interessante, não fosse eu estar a 300km de distância.
sexta-feira, março 03, 2006
Escrever. Para quem?
Há anos que tenho um caderninho na mesinha de cabeceira. Escrevo lá o que me vem à cabeça. Às vezes são pensamentos dispersos, desabafos de noites mal dormidas, esboços de ideias para guiões, contos, estórias. Não é propriamente um diário, muito menos um ensaio de literatura. É um auxiliar de memória para não esquecer o acessório. Muitas destas ideias acabam aqui, nestas linhas digitais, outras permanecem na clandestinidade do papel reciclado e da tinta de caneta.
Um estudo recente, realizado nos Estados Unidos pela organização Gallup, diz que a leitura de blogs está no fundo da lista de actividades dos cibernautas. Entre os utilizadores de internet, apenas 9% lêem blogues, 11% os raramente os visitam e 66% dizem que nunca os consultaram. Fica então a pergunta: Escrever, para quem?
Nunca escrevi o meu bloquinho de mesinha de cabeceira para ser lido. Escrevo-o porque preciso de o fazer. Se alguém lê ou não o meu blog é acessório. O importante é escrever.
quinta-feira, março 02, 2006
quarta-feira, março 01, 2006
"Serotonina"
"Cada día por separado, juntos, describimos el amor, nos confesamos en blancos papeles de viento, nos escribimos sobre la atemorizada memoria, el alboroto de nuestros cuerpos, cuerpo, el descubrimiento desnudo."
in: Glup.
in: Glup.