website metrics Pensamentos: junho 2006

sexta-feira, junho 30, 2006

Mandala

Foto: União Budista Portuguesa

Em sânscrito significa “O Mundo em harmonia”. São cosmogramas construídos em areia colorida, como parte de um ritual de iniciação nos mosteiros budistas. O processo resulta como um veículo para alimentar a compaixão, uma forma de entender a impermanência da realidade.
No Budismo Tibetano, o Mandala é um palácio imaginário contemplado durante a meditação. Cada objecto no palácio tem um significado, representa uma parte dos ensinamentos e lembra ao meditador alguns princípios mestres. Os textos sagrados ditam as sombras, formas e cores.
No fim do ritual o Mandala é destruído, para nos lembrar que tudo na vida é volátil.
Mais fotos nos INSTANTES.

quarta-feira, junho 28, 2006

Retrato de Cannes

São os saltos altos que marcam o ritmo da noite. Os vestidos arrastam-se na avenida La Croisette. Brilhantes, sem costas, de alças, decotados. Compridos, curtos, pretos, coloridos. Todas as mulheres são belas. Os homens charmosos.
Os aromas enroscam-se nos smokings e sobem até às estrelas. Naquela passerelle desfilam famosos, conhecidos, anónimos. Uns vão com pressa para o cocktail que já começou, outros apressam-se para a projecção que vai começar. Na rua desfilam os carros: Bentley, Rolls Royce, Lamborghini, Ferrari.
De um lado a praia, do outro uma montra de ilusão. Dior, Prada, Valentino, Gucci, Chanel… Um vestido preto esconde o busto de madeira que lhe serve de medida ao preço – 1 100 euros. No chão, uma mulher de rugas vincadas (de certeza nunca fez uma plástica, nem usou botox) embala uma criança adormecida pela mistura doce dos perfumes. Tem a mão direita estendida, suja, calejada da vida. Num pedaço de cartão, talvez de transportar o vestido da montra, misturam-se as siglas e as palavras no entendimento humano:
S. V. P. Sans-Abri”.
23 de Maio de 2006

terça-feira, junho 27, 2006

Escrita em Dia

Desde Dezembro que o jornalista Carlos Narciso põe a Escrita em Dia. Só o descobri agora e gosto de lê-lo. Retratos de gente, de lugares, de conflitos, de reportagens. Muito mais do que crónicas de viagem.

segunda-feira, junho 26, 2006

Táxi!!!

Casa da Música, Junho'2006

Mais Instantes
AQUI.

Porto de Abrigo

S. João, S. João, S. João

Dá cá um balão

Para eu brincar

Porto, Junho'2006

quinta-feira, junho 22, 2006

Sol

Ontem nasceu às 6:02 am. Morreu às 9:11 pm.
Hoje renasceu, mas o dia é mais pequeno.


Solstício de Verão em V. N. Foz Côa
21 de Junho'2006

Mais Instantes AQUI.

quarta-feira, junho 21, 2006

Festival de Cannes – Take 3

(Numa tentativa para saciar leitores insatisfeitos…)

Cannes em Transe

"O Inferno é um cão a ladrar lá fora", Teresa Villaverde a citar Santa Teresa de Ávila
A narrativa de Transe avança nas trevas do continente, na Europa dos excluídos, no comércio dos corpos e das almas. É o retrato da Europa das trevas, onde os fortes derrotam os mais fracos. É uma descida aos infernos.
Sónia, russa, 20 anos, abandona o deserto gelado da Rússia, mas o frio persegue-a. Vendida, violada, prostituída, sequestrada, transforma-se numa mercadoria, num corpo perdido à deriva.
Desde os Mutantes, Teresa Villaverde evoluiu, dentro do seu caminho. Ana Moreira também cresceu. Amadureceu. Tem uma interpretação irrepreensível da "personagem que não chora". Aconteça o que acontecer, olha sempre em frente.
As imagens surreais sucedem-se. Há imagens que nunca passam disso. Estruturas de imagens em ecos. Lugares desprovidos de geografia. Sombras próximas da alegoria. Textos que são apenas poesia. O filme é uma passagem por lugares desligados de qualquer paisagem social, numa narração elíptica, com planos dilatados ao extremo.

quarta-feira, junho 14, 2006

Festival de Cannes - Take 2

(Numa tentativa de saciar leitores insatisfeitos...)

Geração Tiananmen

"The climax of a film isn't necessarily found at the end.", Lou Ye

Tiananmen é o clímax da narrativa. Poderia ser o final do filme, mas o culminar dos acontecimentos divide Summer Palace ao meio.
Na primeira parte, o filme respira muito perto dos corpos que procuram saciar a adolescência e o amor. As cenas de sexo são fortes, são muitas, mas são também algumas das mais bonitas que já vi. Lou Ye não faz um filme pornográfico, nem sequer erótico. O realizador traça apenas o retrato de uma juventude rebelde (como todas), sedenta de democracia e de liberdade.
Na segunda metade, as personagens ressacam os conflitos de Tiananmen. Summer Palace transforma-se num melodrama, que poderia cair no ridículo, não fosse a segurança de um realizador experimentado.
O filme é longo. Às vezes, demasiado longo. Os diálogos, bem construídos, são longos. Também os silêncios o são – bem construídos, mas demasiado longos. Mais do que um filme político sobre os acontecimentos da Praça da Paz Celestial, em 1989, Summer Palace é um retrato da juventude de Pequim por alturas do massacre de Tienamen.
O Passeio da Fama está nos INSTANTES.

terça-feira, junho 13, 2006

Mundial

Como é que sobrevive durante um mês alguém que não gosta de bola?

sexta-feira, junho 09, 2006

Vaidade

Desculpem a presunção, mas não resisto.
Quem estiver interessado e desocupado vá até à Internet Movie Database e digite na pesquisa: "Patrícia Nogueira".
Pode não ser o filme mais pesquisado na base de dados, mas enche-me as medidas. ;)

quinta-feira, junho 08, 2006

Férias #004

À boleia...
Ilha de Djerba, Tunísia
Maio'2006

terça-feira, junho 06, 2006

Sonhos

« “Eu tenho um sonho.” É modesto. O Iraque está em paz. Sunitas, xiitas, curdos e turcomanos vivem felizes com os governantes que nós sugerimos que eles escolhessem. O novo exército nacional nacional iraquiano é sólido e leal aos nossos contribuintes. (…)
Os nossos rapazes já não são emboscados diariamente e, portanto, a sua presença é cada vez menos necessária no país. O petróleo, chantilly lustroso sobre este bolo de casamento, corre em abundância nos oleodutos do Kuwait e da Turquia. “Eu tenho um sonho.”
(…) É uma espécie de sonho televisivo, de noticiário global, onde cada imagem, cada notícia, é precedida de um mapa-mundo. O mapa vai-se fechando sobre uma região, um país, uma capital, um acontecimento, duas imagens, três segundos, antes de prosseguir com outro país, outro desastre, outra guerra. Um flash por rosto.(…) »
In: Lenin Oil, de Pedro Rosa Mendes

segunda-feira, junho 05, 2006

Férias #003

Dizem os muçulmanos que o azul das portas e janelas afasta os mosquitos.

Ilha de Djerba, Tunísia
Maio'2006

domingo, junho 04, 2006

Férias #002

Houmt-Souk, Djerba
Maio'2006

Conta a Odisseia de Homero que Ulisses e os seus marinheiros, ouvindo o canto de sereias, encontraram "a ilha dos Lotófagos", onde os navegantes provaram a estranha fruta de lótus. De imediato perderam a memória, como que caídos no Rio Leteo. Só Ulisses se recusou a comer o perigoso fruto e com esforço conseguiu resgatar os seus marinheiros da amnésia.
Hoje os tunisinos, orgulhosos, reclamam que a Ilha de Djerba, no golfo do Gabés, é o cenário deste episódio.

Mais INSTANTES no sítio do costume.

sábado, junho 03, 2006

Férias #001

Ilha de Djerba (Túnisia)
Maio'2006

sexta-feira, junho 02, 2006

Festival de Cannes #006

A estrada serpenteia a encosta e percorre o mar até ao fundo do túnel. De um lado, o mar. Do outro lado, uma escarpa com metros de altura. Palacetes embutidos na rocha com vista para o mar. Pontualmente, a encosta enche a estrada, que rasga a rocha em túneis para o outro lado. Com o sol a desaparecer, os veleiros são embalados pela ondulação do mediterrâneo. Quando este cenário acaba, há outro mundo à nossa espera.

Casino de Monte Carlo (Mónaco)

quinta-feira, junho 01, 2006

Festival de Cannes #005

Abertura da época balnear


Plage de la Croisette
Cannes, Maio'2006